sábado, 29 de novembro de 2008

Poema de José Régio

Em cima da minha mesa,
Da minha mesa de estudo,
Mesa da minha tristeza
Em que, de noite e de dia,
Rasgo as folhas, leio tudo
Destes livros em que estudo,
E me estudo
(Eu já me estudo...)
E me estudo,
A mim, também,
Em cima da minha mesa,
Tenho o teu retrato, Mãe!

À cabeceira do leito,
Dentro dum lindo caixilho,
Tenho uma Nossa Senhora
Que venero a toda a hora...
Ai minha Nossa Senhora
Que se parece contigo,
E que tem, ao peito,
Um filho (o que ainda é mais estranho)
Que se parece comigo,
Num retratinho, que tenho,
De menino pequenino...!

No fundo da minha sala,
Mesmo lá no fundo, a um canto,
Não lhes vá tocar alguém,
(Quem as lesse, o que entendia?
Só riria do que nos comove a nós...)
Já tenho três maços, Mãe,
Das cartas que tu me escreves
Desde que saí de casa...
Três maços - e nada leves!
Atados com um retrós...
Se não fora eu ter-te assim
A toda a hora,
Sempre à beirinha de mim,
(Sei agora
Que isto de a gente ser grande
Não é como se nos pinta...)
Mãe!, já teria morrido,
Ou já teria fugido,
Ou já teria bebido
Algum tinteiro de tinta!

Fiquei a conhecer este lindo poema há relativamente pouco tempo e a primeira vez que o li as lágrimas cairam-me pela cara abaixo...é lindo!

Mãezita, és um exemplo para mim...adoro-a!

O início...

Nunca fui pessoa de partilhar o que escrevia com ninguém, mas hoje, quando dei por mim, estava a criar um blog e a preparar-me para escrever a primeira mensagem...deve ser um sinal!
O título do meu blog, "A vida é mais simples quando pensamos menos nela", transmite a minha maneira de encarar a vida...não devemos complicar, nem viver a vida de uma forma amargurada e chateada com o Mundo, pois não nos vai trazer felicidade nenhuma. Devemos viver a vida como bem nos apetece e sem pensar muito no que os outros dizem ou pensam. Se me apetecer correr pela rua fora aos saltos...porque não?! Há coisas fantásticas na vida que deviamos aproveitar mais como os dias de sol em que está muito frio, ouvir o riso das crianças ao brincarem num jardim, pisar folhas secas e ouvir o barulhinho que fazem, andar descalça na areia quente da praia, fazer um piquenique num jardim...e fazer todas as outras coisas que adorávamos fazer quando éramos crianças.
Porque crescemos e nos tornamos adultos não devíamos deixar morrer a criança que existe dentro de nós!